Saúde

Pai tenta transferir filho para tratamento neurológico na capital

Criança internada em Rio Grande sofre com crises de convulsões e família luta para obter atendimento especializado

Fotos: divulgação - Antony foi internado em 24 de dezembro

Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Aflito com as crises de convulsões que afetam o filho Antony, de três anos, o pai Fagner Santos tem tentado de todas as formas obter a internação da criança em Porto Alegre para atendimento neurológico especializado. Internado no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-Furg) desde 24 de dezembro, onde realiza tratamentos, Antony teve medida liminar solicitando o deslocamento à capital indeferida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) na segunda-feira.

Desde agosto do ano passado a criança tem crises de convulsão. Desde então, já foi internada três vezes e, mesmo sendo tratado com dois medicamentos, os pais alegam que os episódios de convulsão continuam ocorrendo. Conforme a mãe, Carla Quevedo, desde novembro o quadro do filho tem piorado. Ela conta que são frequentes crises de ausência, em que a criança sofre perda de consciência, como um rápido apagão, e em seguida surgem as convulsões. "As crises passaram a ser cada vez mais frequentes, de ausência quase todos os dias, as de convulsões são a cada dois ou três dias", relata.

O menino é medicado cinco vezes ao dia, segundo o pai. Ele diz ainda que, no HU-Furg, foram realizados exames que identificaram alterações na função cerebral. "Ele fez exame de eletroencefalograma no início de dezembro e acusava alteração apenas no lado esquerdo do cérebro. Dia 30 fez outro, que acusa alteração em todo cérebro agora", relata Santos. Mesmo após o atendimento da neuropediatra da instituição, os resultados e a frequência das convulsões preocupam o pai, que busca de atendimento especializado e solicitou ao hospital a transferência do menino para Porto Alegre.

O HU-Furg requisitou no sistema de internações hospitalares uma vaga em hospital que ofereça o serviço especializado em neurologia pediátrica, no entanto, devido ao quadro não ser considerado grave, ainda não foi possível a transferência. Foram diversas as tentativas por parte da família, inclusive recorrendo ao Ministério Público (MP). Pedido este negado pelo TJ.

"Tentamos na Justiça e não deu certo, no Conselho Tutelar também não deu. Com o secretário de Saúde na Prefeitura e não deu certo. Enfim, não sabemos mais o que fazer", desabafam os pais. Carla também destaca que mesmo quando Antony recebe alta, não está frequentando a escola por temerem algum tipo de acidente em razão das crises de convulsão. Além disso, a criança pede frequentemente para ir embora do hospital, pois já são 17 dias internado. "Já estamos exaustos. Eu me sinto impotente, só a gente sabe o que sentimos", lamenta a mãe.

O que diz o HU-Furg
Conforme nota assessoria de comunicação, Antony foi internado pela primeira vez na Pediatria, onde foi avaliado por neuropediatra que realizou exames e, posteriormente, transmitiu o diagnóstico aos pais. Além disso, a médica teria realizado as adequações da medicação e o paciente teria tido as convulsões contidas. Após isso, a criança recebeu alta e foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial com a mesma profissional. Porém, antes da realização da consulta, ele foi internado novamente com crise convulsiva, onde está sendo tratado.

A solicitação do pai de transferência para Porto Alegre, conforme a instituição, foi colocada no sistema Gerint, requisitando uma vaga em hospital que disponha de serviço especializado em neurologia pediátrica. No entanto, até o momento não foi disponibilizada em nenhum hospital.

Além disso, o HU-Furg relata que solicitou avaliação genética do paciente, já encaminhada para Porto Alegre e o resultado é aguardado. A nota conclui que a criança está estável, sendo tratada para evitar as crises de convulsões.

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